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Parte 1

No post anterior, falamos que as radionovelas tiveram suas décadas de ouro no Brasil, porém, como aconteceu em todo o mundo, foram substituídas pelas novelas televisivas conforme o novo e audiovisual meio de comunicação foi se popularizando. Contudo, as radionovelas não foram completamente extintas. Muitos saudosistas continuam a se fascinar com suas tramas e preferem não trocar as imagens projetadas em sua imaginação por aquelas exibidas por uma tela. Muitos desses grupos saudosistas da narrativa radiofônica podem ser facilmente encontrados na internet. É uma busca que vale a pena, nem que seja apenas pela curiosidade!

 

Ainda de acordo com o que vimos no post anterior (e como citamos no parágrafo acima), as radionovelas foram pouco a pouco sendo substituídas pelas novelas televisivas conforme a televisão foi se popularizando no Brasil. Contudo, essa popularização não se deu de forma imediata. No início as produções de televisão eram muito caras e a edição era impossível ou muito limitada. Dois fatores que encareciam e dificultavam imensamente a produção das tramas folhetinescas, que dada as suas características, tendem a ser complexas (muitos personagens, tramas e subtramas) e a possuir uma longa duração. Durante esse estágio de migração, surgiu espaço para uma nova mídia (ou para um novo nicho de mercado): as fotonovelas.

 

As fotonovelas são um tipo de narrativa sequencial em quadros. Ao contrário do que muitos pensam “quadrinho” não é um gênero e sim, uma mídia. Uma mídia que pode abranger desde histórias infantis até romances gráficos passando pelas grandes narrativas folhetinescas dos mangás japoneses ou dos comics americanos. Os comics também são uma ótima prática de leitura para aqueles que frequentam um curso de inglês em Curitiba, em São Paulo, em Manaus…

 

Nas fotonovelas, a narrativa é apresentada da mesma forma que nos quadrinhos. Cada imagem corresponde a um segmento da narrativa (cena) e é acompanhada por um determinado texto (balões de fala ou pensamento e / ou recordatórios). Contudo, obviamente, ao contrário do que ocorre com as revistas em quadrinhos, as imagens não são desenhos e sim, fotografias. Embora tenham chegado ao Brasil na década de 1940, as fotonovelas só atingiram o seu auge durante os anos 1970. Durante esse período, tanto as novelas publicadas em revistas de variedades como aquelas publicadas em revistas próprias se tornaram algumas das publicações mais vendidas nas bancas perdendo apenas para as revistas em quadrinhos infantis.

 

Assim como acontecia e ainda acontece com os quadrinhos, a maioria dos sucessos não era de produção nacional. Grande parte das narrativas sequenciais fotográficas que se consagraram no Brasil foram produzidas na Itália. As fotonovelas vinham prontas de lá e tinham apenas o texto traduzido e adaptado para a publicação no país. Assim como ocorreu com as radionovelas, as fotonovelas fizeram mais sucesso com e eram voltadas ao público feminino. As tramas geralmente eram protagonizadas por uma menina pobre e batalhadora que se apaixonava por um rapaz rico, perfeito e difícil de ser alcançado, usando e abusando do clichê cinderelesco. Assim como acontece ainda com algumas novelas mexicanas, a narrativa abusava das fórmulas e de elementos caricaturais, além dos elementos folhetinescos: grande número de linhas narrativas, ganchos entre um capítulo e outro, etc.

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