Japonês: Por que Sua Escrita Parece Tão Complicada

Quais são os motivos para aprender Japonês se sua escrita é tão complicada?

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Antes de adentrar-mos no mundo do idioma Japonês, vamos pensar porque iremos abordar este assunto hoje.

Japonês, uma língua milenar

Os motivos para alguém querer aprender Japonês são muitos.

Talvez uma pessoa queira poder assistir animes sem precisar de legendas, trabalhar em uma grande empresa, ou viver em um dos países mais prósperos e tecnológicos do mundo atual.

Além disso, os nipo-brasileiros (ou nikkei), podem estar na busca de conectarem-se com suas raízes.

Ou simplesmente, por pura curiosidade de aprender uma língua milenar!

A escrita chinesa chegou ao Japão entre o século V e VII. Entretanto, a escrita foi adaptada à já existente língua japonesa, através da adaptação do som ou significado.

Mas Japonês parece tão difícil!

Independente do motivo, muitas pessoas ainda têm medo de começar a estudar este idioma, acreditam que ele seja muito difícil de aprender.

Na verdade, se pararmos para pensar, não existem línguas mais fáceis ou mais difíceis: nosso aprendizado sempre dependerá de muitos fatores!

Sendo assim, o que pode parecer fácil para você no português, como saber a diferença entre “ser” e “estar”, pode ser muito difícil para um falante nativo de outra língua.

É por isso que hoje queremos encorajá-lo a aproximar-se mais do japonês.

Prontos para desmistificar um pouco da escrita Japonesa?

Letras Japonesas

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Sistema da escrita Japonesa

Como já sabemos, o alfabeto que usamos no português é o latino. Os japoneses chamam-no de rōmaji (ローマ字), que significa, literalmente, “caracteres romanos”.

Em contrapartida, existem dois tipos de caracteres no japonês, e em nenhum deles vemos a presença de letras latinas como no português. Os caracteres do japonês podem ser silabários ou logográficos.

Silabários

Os caracteres silabários são agrupados no kana (仮名) e se dividem entre a escritura cursiva hiragana e a escritura angular katakana. Havia outros silabários kana no passado (como o man’yōgana e o hentaigana), mas hoje em dia, eles não são mais usados.

Por outro lado, o japonês utiliza os caracteres logográficos chineses conhecidos como kanji.

No japonês moderno, esses três sistemas coexistem e têm usos diferentes na língua. Vamos fazer uma breve descrição de cada um.

Hiragana (ひらがな)

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A escritura deste sistema usa letras mais redondas. Ele tem 46 símbolos no total. Como havíamos explicado anteriormente, ele é silabário, o que significa que cada caractere corresponde a uma sílaba. A pronúncia desse sistema torna-se fácil porque, com poucas exceções, há uma relação quase direta entre a escrita e a pronúncia.

O hiragana é usado para palavras de uso comum. Ele também é usado para palavras gramaticais como conjunções, preposições e determinantes. Alguns estudantes afirmam que é possível aprender os 46 símbolos do hiragana muito rapidamente – em apenas um dia. O outro motivo principal do uso desse sistema é que ele serve para saber como pronunciar o kanji.

Algumas palavras comuns escritas em hiragana:

さようなら – sayounara (adeus, tchau)

ありがとう – arigatou (obrigado/a)

こんにちは – konnichiwa (olá, bom dia, boa tarde)

 

Katakana (カタカナ)

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Os símbolos deste sistema têm traços mais alongados e elegantes. Ele é usado, sobretudo, para estrangeirismos (palavras “emprestadas” de outra língua), nomes estrangeiros (não japoneses) e onomatopeias.

Se você fala inglês, provavelmente será muito fácil para você identificar várias palavras em katakana.

Algumas palavras escritas em katakana:

ケーキ – keeki (bolo – note como a palavra se parece com cake, em inglês)

ブログ – burogu (blog)

カメラ– kamera (câmera)

テニス – tenisu (tênis)

Logográficos

Kanji (漢字)

 

Finalmente, chegamos no mais temido da escrita Japonesa.

Diferentemente do hiragana e do katakana, o kanji não é um alfabeto de sílabas, mas sim, uma coleção de logogramas, que representam palavras, e ideogramas, que representam ideias e significados.

Eles são caracteres chineses que foram adotados pelos japoneses.

Geralmente, os kanjis parecem àquilo a que fazem referência.

Por exemplo, rio 川 ou árvore 木 são fáceis de compreender rapidamente.

Originalmente, os chineses pretendiam que todos os seus símbolos se parecessem com o significado do que eles queriam expressar.

Entretanto, como então poderíamos, por exemplo, representar conceitos abstratos como honestidade ou dignidade?

Um aspecto interessante e até mesmo divertido dos kanjis são as combinações feitas entre eles para expressar palavras compostas. Pense em nomes como “guarda-chuva” em português, e você entenderá o que é uma palavra composta.

Alguns kanjis compostos podem fazer sentido de maneira mais óbvia, como:

足首 = “pé” + “pescoço” = tornozelo.

Outros, podem ser um pouco mais complicados, mas não impossíveis de inferir, como:

作文 = “criar” + “escritura” = redação/composição escrita.

O que se torna mais difícil com o kanji não é tanto deduzir os significados dos símbolos, mas sim, aprender a pronunciá-los corretamente.

Quase todos os kanjis têm, no mínimo, duas pronúncias diferentes: uma do chinês e outra do japonês.

Mais especificamente,  essas maneiras de pronunciar os símbolos podem ainda ser classificadas dentro de kun’yomi (訓読み) ou on’yomi (音読み), mas muitos estudantes de japonês dizem que conhecer essas duas classificações não é realmente necessário.

Furigana

Os kanjis podem, ainda, estar acompanhados de furigana, que são pequenos hiraganas (escritos em cima dos kanjis) que explicam como pronunciar uma palavra.

Um exemplo desse caso pode ser visto na imagem abaixo – a própria palavra furigana está escrita em kanji e, em cima dela, há outros símbolos menores escritos em kana que indicam como pronunciar a palavra:

 

Imagem: Wikipedia

 

Okurigana

Além disso, algumas palavras contêm também okurigana, que são símbolos kana que ajudam a desambiguar a leitura correta dos kanjis.

Por exemplo, as palavras omakai 細かい (pequeno) e hosoi 細い (fino) são escritas da mesma maneira em kanji, mas seu significado e leitura mudam por causa dos okurigana que aparecem ao lado delas.

Radicais ou bushu (部首)

As partes – ou os “desenhos” – de um caractere kanji são chamadas “radicais” ou bushu (部首). Cada radical tem um nome.

Já que, às vezes, os nomes deles coincidem com os significados dos kanjis que eles conformam, os radicais também podem ajudar a interpretar o significado ou maneira correta de ler um kanji.

Como exemplo, vejamos o radical 二 (ni).

Ele é, ao mesmo tempo, um radical e o símbolo em kanji utilizado para representar o número 2 (dois).

Embora o japonês tenha muitos termos escritos em kanji, há algumas palavras que simplesmente não têm um equivalente escrito nesse sistema. Outras, ainda, têm um kanji tão complexo que elas acabam sendo escritas em um sistema diferente.

Por onde posso começar a aprender Japonês?

Se quer expandir seu conhecimento sobre cultura e a sua maneira de pensar, o japonês é para você!

O primeiro passo é exercitar sua memória e incorporar vários símbolos e seus significados à sua cognição.

Felizmente, existem muitos métodos e recursos para facilitar esses processos, como as mnemotécnicas, que são técnicas de estimulação da memória.

Quero aprender Japonês!

Para conluir, não há dúvidas de que seu aprendizado será muito mais rápido se contar com a ajuda de um bom professor ou professora. Porém, quem disse que não dá para começar a tentar sozinho?

Não esqueça, se precisar de uma mãozinha, nós contamos com professores nativos e qualificados que terão todo prazer em ajudar nessa jornada visual linda que é aprender Japonês!

Se gostou deste artigo ou se gostaria de colaborar com dicas para aprender japonês, deixe seu “komento” (コメント) abaixo – さようなら!

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