img_logo_br

Chegamos ao terceiro e último dos “dialetos” “Simistas” (do Macaco Simão). O “dialeto” a ser tratado neste post é o lulês.

 

Lulês: Assim como o antitucanês, o dialeto lulês também nasce como oposição ao antitucanês. Porém, a ideia de sua oposição dura pouco mais do que sua origem. Após sua estabilização, acabamos por perceber – alguns horrorizados, alguns decepcionados e outros, uma minoria, aliviados – que o lulês não era tão oposição assim. Ao contrário do antitucanês se opõe diametralmente ao tucanês (em uma cruzada mesopotâmica), o lulês depende de sua preservação. Já que o lulês não é o oposto do tucanês, mas seu outro lado da moeda. A relação entre os dois, seria, enfim, não de contrariedade, mas sim, de convivência simbiótica. Após oito anos tendo na figura presidencial um sociólogo poliglota (Fernando Henrique), passamos então a ter um operário sem (ou quase sem) nenhuma educação formal (Lula). Saem as palavras rebuscadas e entram as palavras simples (às vezes mal colocadas). Saem os eufemismos e entram as metáforas com o futebol e com a vida cotidiana. Com todas essas mudanças, é claro, também foi preciso alterar a piada. Como os discursos presidenciais continuavam, de certa forma, incompreensíveis, criou-se um novo dialeto. Porém, o que dificultava a interpretação dessa vez não era a quantidade de rodeios, eufemismos e parnasianismos desnecessários, e sim os erros gramaticais e as palavras mal pronunciadas. Portanto, era preciso catalogar e identificar um novo dialeto. Nascia, assim, o lulês. O lulês é a língua do Brasil que nasceu e continua analfabeto. Que não teve oportunidade de (ou que não quis) aprender. O país que não consulta o Houaiss e o Aurélio. Independente se por falta de oportunidade ou se por anti-intelectualíssimo. Justamente, por ser a língua oficial do país que não consulta o Houaiss e nem o Aurélio, o lulês não possui um dicionário, mas sim uma cartilha (livro didático voltado para a alfabetização). Tal cartilha é, portanto, formada de significados extraoficiais (oriundos de trocadilhos) com palavras que seriam desconhecidas (em seu sentido verdadeiro, é claro) pelo falante do lulês. Veja baixo alguns exemplos da cartilha do Lula:

 

Analgésico: Supositório de companheiro.

 

Erradicar: Expulsar radical. Expulsar a Heleoísa Helena.

 

Vigilância sanitária: Espiar pelo buraco da fechadura.

 

(Mais exemplos de verbetes da cartilha do Lula podem ser encontrados no site oficial da Cartilha).

 

O lulês, é claro, é formado apenas por trocadilhos e por palavras de significado óbvio e ululante.

 

Termina por aqui a série de posts a respeito dos dialetos “Simistas”. Um tema nova será iniciado já no próximo post.

 

Comentários sobre O Lulês