O último do fim

Para terminar essa pequena série de posts tratando sobre o fim de todas as coisas, não podia faltar um post um tanto quanto escatológico. Calma, não precisa começar a sentir repulsa ou ânsia de vômito (no caso de você possuir um estomago bastante sensível), o post será escatológico, mas não nesse sentido de escatológico. E quando tratarmos desse sentido de escatológico, pode ficar calmo porque nos referiremos apenas ao termo escatológico (denotante) sem sermos escatológicos (denotata).

Escatologia (no primeiro sentido que abordaremos aqui) é um ramo da teologia e da filosofia que estuda as visões a respeito dos últimos momentos do mundo ou do ser humano sobre a face do mundo. Ou seja, a escatologia é a parte da filosofia e da teologia encarregada de especular sobre o Juízo Final, o Apocalipse, o Armagedom, etc.

A palavra Escatologia tem sua origem no termo grego que significa último. Seria, portanto, ao pé da letra, o estudo dos últimos momentos, do fim último, o estudo do final. Todas as religiões que acreditam em alguma forma de paraíso no pós-vida podem, então, ser consideradas como escatológicas. Geralmente, tais religiões possuem um Messias e é a vinda desse Messias (ou seu retorno) que dá início a tal nova era de prosperidade e harmonia para os fiéis, na qual, os mesmos serão recompensados por terem seguido fielmente os dogmas da religião ou punidos caso não os tenham seguido.

Dentro da biologia, por sua vez, escatologia é o estudo das fezes. No grego moderno, o sentido mais abrangente de scat – se referindo ao fim de um evento ou de um processo – que dá nome a área teológica, é abandonado e o termo scat passa a designar, mais especificamente, o fim do processo de digestão: as fezes. A escatologia é usada, na biologia, para determinar uma série de informações a respeito de um determinado ser vivo: sua dieta, a presença de doenças e suas possíveis causas, manifestações parasitárias, etc. Nesse sentido, dentro da biologia, muitas vezes a palavra escatologia é substituída pela palavra coprologia que utiliza o prefixo latino (cropo – fezes) ao invés do prefixo grego.

Na psicologia, a palavra escatologia é usada para se referir a uma obsessão com excrementos. Mais especificamente ainda, ao classificar um ato sexual, a escatologia diz respeito a um ato no qual haja a presença de excrementos – humanos ou não. Assim como quando usada na biologia, nesse caso escatologia também pode ser trocada por uma palavra com o prefixo cropo, porém, com um sufixo diferente: <coprofilia.

Por fim, no que talvez venha a ser seu uso mais conhecido, escatologia, no sentido cultural, é um termo usado para se referir a uma obra cultural que faz referência a fezes (e a outras excreções corporais). O campo da cultura mais famoso pelo uso da escatologia é o humor. Principalmente, no “gênero” conhecido como humor escatológico ou “humor de banheiro”. Apesar do aparente mau gosto, piadas escatológicas fazem parte do humor e são amplamente utilizadas em besteiróis americanos (especialmente aqueles voltados para adolescentes), séries e programas de TV e, principalmente, em rodas de bar.

Com a escatologia chegamos ao fim da sequência de posts relacionados ao fim do mundo. E (juntamente com o ano novo) esperamos iniciar uma sequência de posts sobre temas um pouco mais iluminados ou esperançosos. Feliz Ano Novo! (Ano Novo, idioma novo. Clique aqui para informações a respeito de Curso de alemão no Rio de Janeiro).