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Ou foi como se aquele poema do Brecht…

Nas últimas semanas, num repente o Brasil foi às ruas. Dezenas de manifestações com milhares de pessoas pipocaram por diversas cidades do país, em diversos dias diferentes. A coisa toda foi tão rápida que a imprensa mal soube noticiar, quanto mais analisar ou opinar. Alguns partidos políticos ainda pensam em como capitalizar (capital político) com essas manifestações, outros tentam entender como serão permeados por tais manifestantes e causas e outros ainda tentam entender o que aconteceu. Tudo foi tão rápido que até os próprios manifestantes e seus protestos estão em fora do andamento. Pode ocorrer de um acupunturista ir protestar contra o ato médico e, 20 minutos depois, perceber que está em um protesto contra a PEC 37; abandonar o protesto, andar duas quadras (após pedir informações sobre o protesto correto), virar à esquerda, andar outra quadra e parar no meio do protesto pela Reforma Política. Só para descobrir (avisado por uma boa alma) que o protesto contra o ato médico foi adiado para o dia seguinte…

 

Os protestos ganharam uma proporção tão grande de forma tão rápida que foi como se o V (de Vingança) tivesse entrado ao vivo na TV bem no meio da novela das nove (no melhor estilo TV Pirata ou Comitê Revolucionário Ultra Jovem) e lido aquele famoso poema do (atribuído ao) Brecht (o escritor favorito de 10 entre 10 “progressistas” que fazem o curso de alemão em Salvador, Belo Horizonte, Goiânia e em todos os lugares nos quais explodiram manifestações): “Primeiro levaram alguns operários” (leia inteiro)…; e todo mundo entendesse e tudo que esteve errado esse tempo todo fizesse sentido para todo mundo ao mesmo tempo.

 

Foi “como se”. Mas, é claro, não foi assim. Foi de repente, mas não tão rápido assim. No próximo post, falaremos como foram as manifestações “pré-boom” e algumas de suas possíveis pólvoras ou estopins. Até.

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